Uma verdadeira fornada de filmes brasileiros deve chegar às salas de cinema ainda este ano. Há grande expectativa com relação a algumas produções, inclusive no que diz respeito à bilheteria.
Depois do sucesso de “Cidade de Deus” e “Carandiru”, que entraram para a lista dos filmes mais vistos no País, os empresários começam a ver com bons olhos as produções nacionais.
A presença cada vez mais constante do público nas salas estimula e, até de certa forma, obriga os donos de cinemas a exibirem filmes nacionais. A indústria cinematográfica brasileira cresce, se fortalece e, no rastro desse desenvolvimento, mais e melhores produções surgirão, tomando definitivamente o lugar que o cinema nacional merece no mercado.
Afinal, os últimos filmes hollywoodianos que estiveram em cartaz no Brasil são a maior prova de que sabemos e podemos fazer cinema tão bem e até melhor que os gringos.
O queridinho
O público deve ficar atento à estréia do mais novo xodó do cinema nacional: “O Homem do Ano”, que venceu recentemente o 7º Festival de Cinema Brasileiro de Miami e chega às salas de projeção no dia 1º de agosto. No evento realizado nos Estados Unidos, a produção ganhou ainda os prêmios de Melhor Diretor e Melhor Ator (Murilo Benício).
Dirigido por José Henrique Fonseca, “O Homem do Ano” tem o queridinho Murilo Benício como protagonista, além de Cláudia Abreu, que anda desaparecida da televisão, mas tem mostrado enorme talento em produções como “O Que É Isso, Companheiro?”, “o Xangô de Baker Street” e “Guerra de Canudos”.
Jorge Dória, Agildo Ribeiro, André Gonçalves, Natália Lage e Mariana Ximenes também participam do filme.
Lázaro Ramos de volta
Outro homem, ou melhor, outro filme que merece atenção e já estreou em algumas cidades é “O Homem que Copiava”, de Jorge Furtado. O elenco traz o elogiadíssimo ator baiano Lázaro Ramos, que fez “Madame Satã”, além de Leandra Leal que, apesar da pouca idade, tem grande experiência cinematográfica. Luana Piovani e Pedro Cardoso completam o “primeiro escalão” do filme.
“O Homem que Copiava” mistura ficção, imagens de arquivo e animação. A narrativa se organiza a partir do raciocínio de André (Lázaro Ramos), um jovem que trabalha como operador de fotocopiadora numa papelaria de subúrbio e sonha em mudar de vida, em ganhar dinheiro.
Dumont nas telas
A parceria entre o ator paraibano José Dumont e a diretora paulistana Eliane Caffé rendeu mais um filme elogiado pela crítica e pelo público que já teve a chance de assisti-lo. Depois de filmarem “Kenoma”, em 1998, os dois se uniram novamente para fazer “Os Narradores de Javé”.
Outros nomes de peso estão no elenco, entre eles os talentosos Matheus Nachtergaele e Nelson Xavier, além de Gero Camilo e Luci Pereira. O filme recebeu o prêmio da crítica no Festival Internacional de Friburgo, realizado na Suíça, este ano. Também ganhou setes troféus Calunga e ainda recebeu o prêmio da crítica e o Prêmio Gilberto Freyre no Cine PE – Festival do Audiovisual 2003, em Recife. Levou os prêmios de melhor filme, direção, montagem, ator (José Dumont), ator coadjuvante (Gero Camilo), edição de som e atriz coadjuvante (Luci Pereira).
A première mundial ocorreu na Holanda, durante o Tiger Competition do Festival Interna cional de Cinema de Rotterdam.
Expectativa
Nenhum deles, no entanto, chega com tanta expectativa no que diz respeito à qualidade quanto “Desmundo”. Dirigido por Alain Fresnot, traz Simone Spoladore, Osmar Prado, Caco Ciocler e Beatriz Segal no elenco.
O filme se passa no Brasil, por volta de 1570. Chegam ao país algumas órfãs, enviadas pela rainha de Portugal, com o objetivo de desposarem os primeiros colonizadores. Uma delas, Oribela, é uma jovem sensível e religiosa que, após ofender de forma bem grosseira Afonso Soares D’Aragão se vê obrigada em casar com Francis co de Albuquerque, que a leva para seu engenho de açúcar.
Baseado no livro homônimo da escritora Ana Miranda, o filme mostra uma perspectiva feminina da colonização do país. Uma outra curiosidade: como o português usado pelos personagens no filme é arcaico, o filme possui legendas em português atual.
Baseado em Rachel
Ainda lá para outubro, deve estrear “O Quinze”, baseado no livro homônimo da escritora cearense Rachel de Queiroz. As gravações já foram concluídas. No elenco, Karina Barum, Juan Alba, Maria Fernanda e o diretor, roteirista e ator Jurandir Oliveira.
“O Quinze” é um retrato dos sertões nordestinos e mostra a dura realidade do sertanejo durante a seca de 1915.
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